Três audiências públicas serão realizadas para discutir o programa de implantação de sistemas de captação e armazenamento de água da chuva nas propriedades atingidas pela estiagem em Santa Catarina. Os encontros foram aprovados por unanimidade na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira.
O autor do pedido das audiências, deputado estadual Marcos Vieira, que também é presidente da Comissão de Finanças, pretende reunir os interessados para debater o assunto. “Vamos convidar associações e sindicatos rurais, agricultores, Epagri, lideranças regionais e todos os envolvidos para que seja tudo muito claro e transparente, pois serão R$ 60 milhões destinados para este programa”, disse Marcos Vieira.
Foram definidas as cidades Maravilha, Xanxerê e Videira para sediarem os encontros, atingindo todo o Grande Oeste. Em Maravilha, será no dia 21/06, em Videira a audiência acontecerá no dia 28/06 e o encontro de Xanxerê, será realizado no dia 05/07.
“Este dinheiro é um recurso carimbado, que vai direto para este programa que vai implantar a captação de água da chuva em cerca de 45 mil propriedades rurais, a fundo perdido, ou seja sem nenhum custo para o agricultor”, explicou o deputado.
As audiências serão em conjunto com as Comissões de Agricultura e a de Proteção Civil.
“Em Santa Catarina chove mais do que na Europa, mas nos países europeus não há problema de estiagem, pois eles investiram em programas de captação de água. Aqui, com este recurso, vamos amenizar e muito esta situação para os próximos anos”, disse Vieira, em seu pronunciamento no Plenário da Alesc, nesta quarta-feira.
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, 95 mil propriedades rurais em Santa Catarina foram atingidas diretamente pela estiagem, totalizando 762 mil pessoas, especialmente na Região Oeste. A Defesa Civil do Estado estima que os prejuízos causados pela falta de chuva superam os R$ 693 milhões.
Os R$ 60 milhões são parte de um empréstimo de R$ 611 milhões que o governo do Estado fará com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e aplicados no programa Caminhos do Desenvolvimento que prevê investimentos na área de infraestrutura viária e tecnológica, além de recursos para o combate às cheias na região do Vale do Itajaí.