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 Discurso de Marcos Vieira nos 30 anos da Adjori-SC

“Vamos tirar uma foto para o jornal”.

A frase que acabei de dizer eu ouço diversas vezes na semana e, geralmente, é dita por líderes das comunidades que visito realizando meu trabalho, principalmente no Interior do Estado.

E tem sido assim desde o início da minha atividade como homem público, ainda como secretário de administração do primeiro governo de Luiz Henrique da Silveira em Santa Catarina.

Para mim, esta frase indica duas coisas:

A primeira é que as pessoas continuam valorizando o registro histórico, feito especialmente, pela imprensa regional.

A segunda, é que o jornal com a foto é um documento que garante a veracidade do que foi dito, emprestando credibilidade ao evento.

Seja em veículos diários, semanais, quinzenais ou mensais, a informação que chega através deste papel representa uma janela para que as pessoas possam ver o que acontece ao seu redor.

Em tempos de Internet, a comunicação com qualquer parte do planeta é ágil e muito fácil, pois temos a condição de acompanhar, quase em tempo real, informações sobre o Japão, a Índia, a Rússia e qualquer outro país distante milhares de quilômetros de onde estamos.

Essa facilidade nos aproxima de pessoas distantes, mas às vezes, nos afasta dos fatos em nossa própria cidade, fazendo com que os assuntos da câmara de vereadores, da prefeitura, ou do nosso próprio bairro desapareçam de nosso cotidiano.

Exatamente por isso, por aproximar o cidadão da sua própria realidade, é que os jornais regionais terão vida longa e cada vez mais serão valorizados pois são documentos que ajudam a registrar a história de uma comunidade.

Posso dizer que falo isso tudo por conhecimento de causa.

Todos sabem que sou um fã incondicional da imprensa regional.

É nela que podemos alcançar os rincões mais distantes, em quase todos os 195 municípios catarinenses.

Leio, semanalmente, mais de 60 jornais de todas as regiões do Estado e tenho como missão pessoal, fazer a clipagem do que sai na imprensa tanto do meu mandato quanto do que se refere ao PSDB, partido do qual sou militante.

Conheço as redações dos maiores jornais do Estado, como também conheço redações com apenas dois funcionários. E valorizo ambas. Pois a missão da imprensa é uma só, independente de quantas pessoas dela tiram seu sustento.

Além de informar, a imprensa fiscaliza, orienta e educa e, nos jornais regionais, esse papel é potencializado, pois, geralmente, seus leitores não são apenas da classe formadora de opinião, que pode ter acesso aos demais veículos de informação.

Os leitores dos jornais regionais são formados por um público muito variado, e o jornal circula desde o gabinete do prefeito, até a residência mais humilde, pois geralmente os jornais são gratuitos, facilitando o acesso para quem não têm condições de assinar uma outra publicação.

É assim na cidade de Maravilha, com o Novoeste, em Seara com o Folha Sete, em Dionísio Cerqueira com o A Fronteira, em Palhoça com a Palavra Palhocense, em Florianópolis com o Leste da Ilha e dezenas de outros.

Todos prestam exatamente este serviço, o de ser uma janela do leitor para o seu cotidiano, uma janela para aquela rotina que não aparece na grande mídia, mas que faz parte da vida de qualquer cidadão.

Além do papel social, o jornal também representa uma importante vitrina para a economia local, sem falar que é uma empresa que também gera empregos, oferecendo oportunidades e realizando sonhos.

É nas páginas dos jornais que os estabelecimentos locais têm condições de divulgar suas ofertas e de conversar com o seu próprio público.

A homenagem que a Adjori recebe desta Casa já seria justa por estes fatos, mas também merece ser destacado, a imensa coragem de quem tem um jornal regional.

Sem muitos recursos disponíveis para investimentos e contando com muita força de vontade, quem mantém um jornal regional pode-se considerar um abnegado.

Cada edição que sai da gráfica é uma vitória, pois mais uma missão foi cumprida, mas não garante que uma outra edição saia do prelo.

Sabemos que já foi muito mais difícil.

Com a redemocratização dos recursos do Governo do Estado, na gestão de Luiz Henrique da Silveira, e sendo mantido pelo atual governador Raimundo Colombo, a descentralização da verba pública deu um novo fôlego à imprensa regional.

Esse reconhecimento, aliado a união de vocês em torno da Adjori, associação presidida pelo senhor Miguel Gobbi, também proprietário de um importante veículo em São Miguel do Oeste, faz com que a caminhada seja mais favorável, mas nunca deixará de ser uma batalha, por isso, quem atua na imprensa regional merece todo o nosso reconhecimento e aplauso.

Nesses 30 anos de atividades e reunindo mais de 160 filiados, a Adjori presta um relevante serviço, não só aos veículos mas também à sociedade.

Incentivando o profissionalismo, a Adjori contribui para a formação de uma imprensa responsável, de veículos comprometidos com a veracidade dos fatos, fazendo com que o leitor tenha acesso a informação de credibilidade.

Assim, unidos, um pequeno jornal do interior do Estado tem a chance de ter à disposição uma grande rede que atinge 2 milhões de leitores.

Também tem chance de ter acesso à qualificação e ao reconhecimento estadual de seus profissionais, pois a Associação realiza anualmente um dos mais importantes prêmios do jornalismo catarinense.

No mesmo ano em que a imprensa catarinense completa 180 anos, não poderíamos deixar de passar em branco estas três décadas de contribuição da Adjori ao que podemos chamar de fortalecimento da democracia.

Acredito que quanto mais forte e independente for a imprensa de um povo, mais livres e esclarecidos serão seus cidadãos.

Então, vida longa aos jornais regionais!

Vida longa para a Adjori!

Muito obrigado!

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